segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mamonas Assassinas X Torradas Insaciáveis ?!?


        Sempre achei mais interessante o nome do que a banda Mamonas Assassinas. Grande sucesso dos anos 90, a moçada era mesmo engraçada, animada e tal, mas era um tanto boboca demais, infantil demais, sei lá... Gosto não se discute, certo? Só lamento o seu, que torceu o nariz agora.

        O nome Mamonas Assassinas tinha para mim um quê de intrigante porque eu ficava imaginando o tamanho daquelas mamonas. Seriam capazes de afogar o cidadão? Sim, a capa do disco deixava claro que não se tratava do vegetal mamona (Ricinus communis), mas de grandes mamas. Todavia eu nunca soube, nem procurei saber, porque seriam elas assassinas. E toda essa reflexão nunca me tomou mais do que o tempo de um gole.

        Mas hoje pela manhã, como relatei a um grupo de amigos à tarde, estava eu entre um gole ou outro (de café!!!) quando me deparei com a embalagem retratada acima. Bom, como é fácil notar, o péssimo texto da caixinha divide-se em três parágrafos. Analisemo-lo (como eu não acredito que nem o Jânio diria):

        1) "Descubra os prazeres e sensações que só a Torrada Bauducco pode te dar"
        Eu, sinceramente, tomei ali o primeiro susto porque simplesmente não consegui imaginar como uma torradinha, um pão seco, pode dar prazeres e sensações assim tão exclusivas, memoráveis e comemoráveis. Para mim, o que sempre deu sabor a uma torradinha fora o patê, o requeijão, a geléia... Mas esse é um texto publicitário e o "Descubra" é justamente o vocativo para que o consumidor intrigado, mas lascivo, se entregue aos prazeres e sensações do produto ofertado e, assim, abrir mão de seu suado dim-dim. Mas há o segundo parágrafo que já nos dá uma dica:

        2) "Leve e Gostosa, nada se compara à mordida crocante e irresistível de uma torrada Bauducco"  ("Leve e Gostosa" com letras maiúsculas?!?!? Será uma dupla porno-sertaneja feminina politicamente correta?!?)
        Ora, ora... aí sim temos uma grande surpresa!! Eu sempre achei que quem mordesse as torradas fossem as pessoas, e não o contrário. No que me pareceria normal, as mordidas EM uma torradinha é que poderiam ser irresistíveis e tal, porém o texto é claro: "mordida crocante e irresistível DE uma torrada Bauducco". Ah, podem residir aí os prazeres e sensações aos quais se refere o primeiro parágrafo. Pude imaginar então um sujeito colocando uma torradinha na zona erógena de sua preferência, ou uma dona de casa com torradinhas enfiadas em partes pudentas, todos dominados por delírios do mais pervertido, e por isso mesmo inimaginável (daí o "Descubra"?), prazer! Aquelas torradinhas mordiscando mamilos, bumbuns, lóbulos, dobrinhas... uau!!!
E foi então que só no terceiro parágrafo desvendei todo o mistério que se abateu sobre mim no início da leitura da embalagem. Veja aí...

        3) E o melhor... nunca uma é igual a outra
        Percebe então que a coisa é mesmo na base da perversão sexual? Da promiscuidade?? Porque não vamos imaginar que as torradinhas tenham sido feitas uma a uma e colocadas no saquinho que estava dentro da caixa da Bauducco. Isso não seria mais indústria, industrial. Sendo assim, essa parte do texto deve ter sido elaborada apenas para despertar de vez a libido das probas mamães de família que perambulam pelos mercados muitas vezes queixosas de seus maridos nas artes da alcova, quem sabe? É um público alvo. Sempre foi. Ou de solteirões tímidos que sempre se sonharam como galãs da bala Chita, como verdadeiros garanhões irresistíveis a quem as mulheres se entregam ofegantes... hã? É... É de se pensar, não?
        Pois... Na verdade, isso não esfriou o meu café, mas me fez esquecer de passar geléia na torradinha que dei à minha filha... e só quando ela reclamou foi que reagi.
- Epa, menina, tire a mão dessa torradinha sem-vergonha!!!
 
Vicente Estevam Júnior
"Cerveja é a prova de que Deus nos ama e quer que sejamos felizes!" (Benjamin Franklin)

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